O protocolo a esta solicitação, com exposição das razões para não-realização do meu exame de qualificação, foi firmado por NELSON, vice-chefe da Secretaria de Pós-Graduação, com a mesma data do documento, 27 de novembro de 2008.
NÃO recebi comunicado por escrito de decisão da CPG ou de qualquer outro órgão ensejada por este documento. Nelson tentou negar o protocolo, mas fui incisiva e ele acabou aponto nele sua rubrica sobre carimbo.
Os anexos serão postados à parte, para clareza e por demandarem mais trabalho para serem recuperados para postagem, tomando mais tempo.
À
Comissão de Pós-Graduação da FFLCH-USP – Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
São Paulo, 27 de novembro de 2008
RAZÕES E PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS
Doutorado em História Social
Primeira matrícula: 01.02.2005
Apresento, anexas, as mensagens – muito poucas – supostamente enviadas por meu orientador, Prof. Peter Robert Demant, a mim, considerado o período de fevereiro de 2005 até hoje.
Essas mensagens são acompanhadas de outras que contribuem para uma avaliação mais precisa do "problema".
Prazo se esgotando e não-realização do exame de qualificação. Assim poderia ser definido o problema. Um bom pesquisador, contudo, não se satisfaz apenas com isso.
Eis um indispensável levantamento, com análise de cada uma daquelas mensagens.
A primeira mensagem me chamou a atenção por se seguir ao falecimento do Prof. Augustin Wernet. Segundo nota divulgada pelo departamento, ele faleceu no dia 19 de novembro de 2006. Essa mensagem é do dia 28 (Doc1).
Tal mensagem é questionável quanto a ter sido de fato emitida pelo Prof. Peter, por diversas razões. A primeira, há cópia para a secretaria do departamento. Esta é a única mensagem de "Peter" a mim com essa característica. Sobretudo, a cópia para a secretaria não me parece própria do professor, ainda mais em mensagem sem assunto determinado (cabeçalho) e farta de dúvidas e desconhecimento, que a própria secretaria deveria ter sanado. A atual coordenadora do programa, Profa. Sara Albieri, por ocasião dessa mensagem, já estava no posto há seis meses.
Sara me chamaria para uma reunião – a primeira e única – um ano e meio mais tarde, em maio deste ano, e através de uma mensagem vaga (Doc 10): “para tratar de assunto de seu interesse”. Claro que o interesse que visava era o dela, e tão-somente o dela. Justifico. Ao estudar essas mensagens para elaborar este processo, percebi que a alegação de Sara, naquela reunião (no dia seguinte ao envio do “Doc 10”), de que ela “não sabia de nada” era espúria e que isso podia ser comprovado. Sara, repito, até já ocupava o posto de coordenadora quando “Peter” teria enviado a mensagem “Doc1”, com cópia para a secretaria de Sara! Se ela não visava apenas interesses próprios, resta-nos a alternativa de que Sara levou um ano e meio para se interessar por esta aluna e/ou por “Peter”, mesmo diante do preocupante teor da mensagem de... um professor orientador do programa que ela, Sara, coordenava.
A segunda razão para contestar a autoria espontânea do “Doc 1”: "Peter" pede que eu entre em contato mas, quando prontamente respondo para que aponte dia e hora para ter com ele em sua sala (Doc2), não há retorno. Reitero minha resposta em 11 de janeiro de 2007 (Doc3), também em vão.
Há, assim, fortes indicadores de que a mensagem de “Peter”, de 28/11/2006, foi engendrada sob espírito de má-fé, pelo próprio departamento de pós-graduação de história. E esse tipo de blefe tinha, já então, precedentes.
Em fevereiro de 2005, o departamento de história usou o email de Regina Celi para me fazer uma solicitação imprópria de documentação (Doc4), alegando que havia uma "regularização" a ser feita, quando iriam, na verdade, fraudar o resultado da seleção de que eu participara, e até minha matrícula como aluna regular, já efetuada, e produziriam a minha "rematrícula", à revelia, como aluna especial. Essa mensagem indecorosa, como se pode ver, também inclui cópia para a secretaria de pós do departamento de história. Caberia a apuração de responsabilidades por tal manobra, em planejado desdém à legislação da instituição.
Como estranhei a solicitação contida na mensagem de "Regina" - e a questionei por email -, Regina (de verdade) respondeu que não tinha sido ela a emitente da mensagem e que nada encontrara de errado no meu doutorado (Doc5). E, ainda, que ela emitiria meu atestado de matrícula (Doc6).
Além dessas razões, há, sim, mais uma, para suspeitarmos ainda mais da autoria da mensagem pós-funeral de “Peter”; uma que desponta quando analisamos outras mensagens anexadas. Este ano, "Peter" recorre a outro endereço de email, em vez de amel_coelho; "almadapalavra" era o endereço que constava da minha ficha de inscrição para a seleção e foi meu email cadastrado na USP no início do curso, e por algum tempo, que não posso mais precisar com facilidade. Mas logo substituiria almadapalavra por amel_coelho, inclusive no sistema fenix, que auxilia o acompanhamento dos alunos de pós-graduação..
Embora as mensagens mencionadas constem como tendo saído do email do Prof. Peter, quem enviou a primeira mensagem, de 28/11/2006, para amel_coelho, não teria enviado as ultimas (Doc7 e p.2 do Doc8), já que foram endereçadas a almadapalavra. A não ser que... tenham enviado as últimas mensagens, em que sou ameaçada de ser desligada, para o endereço antigo, de propósito. O emitente estaria, com isso, apostando no meu não-conhecimento das mensagens e na minha consequente não-resposta, o que lhe daria, segundo ele, o aval para me desligar. Isso faz ainda mais sentido ao se constatar que, novamente, não haveria novas mensagens diante de minha resposta (com pequeno atraso devido ao endereço ser o antigo), embora aquela resposta fosse coerente ao alegado objetivo de “Peter”, de obter esclarecimentos.
É mister ainda notar que, embora aparentemente destinada, em primeiro lugar, para meu endereço usp.br, a mensagem de 27/03/2008 (Doc7) não foi por mim encontrada na minha caixa postal do webmail da universidade, mas apenas no endereço "yahoo" (almadapalavra). Por essa razão, informo, em minha resposta, sobre meu endereço no sistema usp, que passara recentemente a substituir o amel_coelho (e não almadapalavra) por exigência da universidade de que todos possuíssem um endereço “usp.br”. Eu não havia reparado no endereçamento da mensagem, ao abri-la no yahoo, só tendo estudado o cabeçalho daquela mensagem ao montar este processo.
O que alego é ainda mais plausível diante de outra mensagem, que se seguiu dias depois, em 31/03/2008 (p.2 Doc 8), encaminhada somente ao endereço "yahoo" antigo (almadapalavra). Elaborei duas respostas – emitidas em 09 e em 10 de abril (Doc8) (eu de fato não mais abria tal endereço com muita frequência). Em nenhum dos casos houve retorno.
A mensagem “Doc 7” declara que Peter e eu “não tivemos contato nos últimos anos”. Isto não me parece corresponder ao feitio do real professor em foco, já que depõe contra sua índole: deixar de responder a mensagens minhas que ele mesmo teria provocado, para mais tarde alegar falta de contato durante anos. É ora mais que premente que a cafajestagem seja atribuída aos verdadeiros agentes.
A referida mensagem ainda alega que minha área é "Brasil idade moderna", enquanto nos relatórios CAPES sempre apontei como título da pesquisa algo que não pode ser confundido com tal classificação (Doc9, p. 2, p.ex.).
Na reunião de maio último, com a Profa. Sara, constatei que ela não se lembrava desse "detalhe"; bem claro, não se lembrava da existência desses relatórios, úteis para rebater alegações espúrias – conforme assim o demonstraria, já naquela reunião.
Nesse primeiro e único encontro com Sara, ficaram determinados passos relativos ao que essa professora então enfatizou como o foco que eu deveria perseguir, com a intervenção dela (que tomei então como bem intencionada): efetivar uma transferência de orientador, para o que ela sugeriu nomes e com o que afirmou estar comprometida até o fim. Contudo, no que tange a essa coordenadora, tal não se traduziria em comportamento. Poucas horas após a reunião, Sara dispara em email um “pena que não deu certo” e pede toda a minha pesquisa “da forma mais organizada possível, inclusive bibliografia”. Não duplico aqui as mensagens que já anexei à Denúncia Grave, que protocolei nessa CPG semana passada, dia 19. Naturalmente, aquela denúncia e este novo documento podem se complementar.
Sob esse império de mensagens espúrias, de artimanhas sem limite, ninguém me recebia como pesquisadora em busca do objetivo que deveria ser irrenunciável nesta instituição.
Ouvi certo dia, num dos corredores da academia: "Sem política, não se faz nada". Para mim, isso requer tradução. De pronto, diante do que testemunho, diria que com a política não deveria mesmo ser feito nada, porque o que então se faz é desastroso.
Os bons, contudo, conferem outro sentido a política e políticas.
Assim é que reivindico suas providências e orientações, para que meu curso possa ter a conclusão que demanda a boa política e os próprios ditames da USP.
Estou prestes a ser desligada por “Mr. Fenix” – o sistema que não “sabe” nada do que se passou –, por falta de exame de qualificação. Não deveria caber a ninguém – e certamente não deve caber a uma pesquisadora há quatro anos buscando seu doutoramento com seriedade e dedicação exclusiva – acatar o hipócrita mandamento de que “os bons pagam pelos maus”.
Para evitar esse descalabro, estando demonstrada a desqualificação de outrens, obstinadamente dispostos a falsificar, a trocar as qualificações justas pelas espúrias, solicito que minha data-limite seja alterada e passe a corresponder ao prazo máximo determinado no regimento da USP, para a categoria em que me enquadro, ou seja, para os doutorandos portadores do título de Mestre, prazo que é de cinco anos (sessenta meses).
Não fui eu quem, durante quatro anos, afrontou regulamentos (para ora simplificar), em posição que pressupõe o máximo zelo pela observância deles. O prazo de mais seis meses, que respeita o regimento da universidade, é o mínimo diante de tanto, mas espero que isso baste para que os bons deixem que ser capacho dos maus e a dignidade ressuscite, para a glória do meio acadêmico mais visado no continente.
Atenciosamente,
Anexos: Dez documentos, no total de dezesseis páginas.