10 de dez. de 2009

USP além do nome - e como ser Cristão apesar de tudo

A USP, como entidade do Estado de São Paulo, não pode se isentar dos príncipios que regem a Administração Pública, objeto do Direito Administrativo.


Se você estudou ou estuda para concursos públicos, já notou que Direito Administrativo está sempre lá no programa, ainda que sob o título de "noções de direito". O princípio de legalidade e o de transparência são corriqueiramente violados, conforme pude constatar no meu próprio caso.






Lema: Scientia Vinces (Vencerás pela Ciência)

Fundação: 25 de janeiro de 1934

Tipo de instituição: Universidade Pública Estadual

Orçamento anual: R$ 2.369.207.876,00 (Tesouro do Est. SP)

Funcionários 15.221

Docentes 5.434

Total de estudantes: 86.187 (inclui pós-graduação)
Fonte: Wikipedia


Eu ainda estou incluída no total de alunos. A base dos dados acima é 2008.


Transparência - o tornar público os atos da entidade pública - ainda sofre um golpe peculiar, que é desferido ao se fazer transparente algo que é inverdade, acobertada por toda a sorte de subterfúgios.


Exemplo? No meu caso, a USP se faz transparente ao afirmar que meu desligamento do doutorado foi "regimental". A aluna não prestou o exame de qualificação previsto no regimento. Mas sequer faz isso constar no histórico da aluna. E... foi só isso? A aluna simplesmente não cumpriu o requisito? Isso é falso. Entenderam agora como o desligamento regimental é um embuste e que a verdade de fato não está disponível?


A USP, mais especificamente o departamento de história, armaram-se de todos os estratagemas e hipocrisia para "limpar" a universidade, porque sabem que não poderiam estar fazendo o que faziam. Armavam as coisas - através de emails capciosos, p.ex. - para me imputar a culpa pela não conclusão de meu doutorado. E foram ainda mais longe ao não abrirem processos administrativos internos, diante de duas solicitações que eu protocolei em novembro do ano passado - ver as postagens anteriores deste blog.


Diante disso, a violação é duas vezes pior, já que foi apontada e a USP "pisou" sobre ela com a bandeira do "posso tudo e permaneço impune".


Assim, a questão em torno do meu doutorado não é apenas "política" no sentido de arranjos que lembram o nepotismo, ou de desmandos por neura dos envolvidos. O âmbito do "pecado" é constitucional, já que tais príncipios da administração pública estão previstos na lei máxima.


Pois.


O pior é que... o País inteiro está podre. Você não quer ser cúmplice de violação aos ditames constitucionais, mas também não consegue mover o próprio Estado no sentido de punir, bem como preservar a letra da Constituição.


Grave assim. Lu-la-lá ou não.


Isso explica - mas não justifica - o comportamento do prof. Geraldo Toledo, diante de um artigo que eu escrevi, no qual, logo abaixo do título, faço alusão à minha pesquisa para tese de doutorado em história social na USP, fev 2005-abr.2009.


Geraldo acionou os "alarmes" dele ao ler isso. Para entender o que relato, leia também a seguinte postagem em Panos Quentes? rios de letras em brasa:
http://mariangelapedro.blogspot.com/2009/12/usp-muito-ameacada-2-o-jogo-dos.html


Geraldo tentou me convencer de que, se não há a tese, não pode haver pesquisa nem artigo. Tentou tachar, com estratagemas pífios, o artigo de não acadêmico, me tratou como leiga idiota ao explicar o que era empirismo e tudo o mais que narro na longa postagem cujo link está acima.


Sim, Geraldo extrapolou porque eu agora não tenho vínculo nenhum e ele, portanto, "comprou algo sem precisar". Mas, como ele tem um tempão de USP, se a alma não é grande não surpreende que ele tenha misturado seu sangue com a marca uspiana, e não veja  mais ninguém como gente, obtusamente servil, que se tornou, à distorção, à ilusão em que fundou sua vida.


Filosófico. Sim, em relação a esse último trecho, concordo: soa filosófico no sentido que Geraldo tanto perseguia no nosso encontro de terça-feira, para detonar meu artigo, que eu levara para ele apenas para não privilegiar um professor em detrimento do outro, quando os dois trabalham lado a lado, parede contra parede.


A moral deste texto? Não chorem por mim, por não ter obtido meu título de doutora. Chorem por vocês, que vivem num Páis assim, sendo que sequer têm consciência de como a academia mais prestigiosa de todas é tal qual todo o resto.


Não briguem com seus filhos porque eles não passaram na USP. Ou, pelo menos, não briguem sem antes conhecerem de fato o que é a USP além do nome. Não acho aconselhável dar sermão para os filhos, apregoando que "o nome é tudo". É incutir neles a semente da corrupção. E isso nunca traz bom retorno para pai algum, mãe alguma.


Ainda que não tenhamos "para onde correr", não é nada cristão levar nossos filhos a "entenderem" que esse esquema atroz é o caminho. Caminho para a vida, o sucesso.


Está claro?
Que bom!